Bem Vindo!

Bem Vindo!

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Cold days .



No dia de trovoada, em que a chuva começava a chegar, em que no ar nada se via voar… as despidas arvores que ouviam o trovejar, pareciam de desgosto chorar. Pediam a minha companhia e o meu abraço, sorriam quando me viam e ficavam tristes quando partia. Contava-lhes histórias passadas e sonhos futuros, em que o mundo seria nosso, e em que a felicidade fizesse parte de mim, e delas também. Dizia-lhes também que não se preocupassem com o frio, pois daqui a uns meses teriam de novo as suas lindas folhas verdes e flores, enquanto eu, continuaria na solidão em que me via naquela altura, apesar de estar habituado a ela, já me era indiferente, pois aquelas árvores eram metade de mim, abrigavam-me e falavam comigo, como se não houvesse amanhã. Eu adorava aquele sítio. Era extremamente calmo e nu. Era tão plano que não se avistava nem um relevo a centenas de metros, era tão nu, que tinha apenas aquelas árvores e uma pedra onde eu me sentava. À nossa volta, apenas havia terra e neblina, que impossibilitava-me de ver fosse o que fosse. Adorava sentar-me ali e sentir o fresco vento bater na minha cara, e adorava ouvir o vento passar por entre os ramos daquelas árvores, que pareciam fazer zumbidos. Entre todos aqueles barulhos, sons, toques, ouviam-se palavras de um ser que eu mal via, pois com toda aquela neblina, era impossível ver algo. Sabia que era uma rapariga, pois aquela suave voz não enganava ninguém…ficava maravilhado a ouvi-la, ouvia a melodia que ela construía com a sua voz e as bonitas palavras que exprimia. Era estranho para mim, pois sentia que não estava só naquele momento…sentia que apesar daquelas árvores, havia mais alguém. Pela primeira vez, senti alguém igual a mim, perto de mim. O mais estranho, foi que já não era a primeira vez que tinha sentido a presença de alguém ali, mas nunca me tinha importado muito com isso… enfim, vejo que alguém se aproxima de mim, enquanto canta. Voz linda aquela, tão forte e suave, tocava-me nos ouvidos, era tão impressionante que me fazia impressão. Eu continuei sentado, a olhar para aqueles olhos azuis que brilhavam no nevoeiro profundo. O cabelo dela era preto e grande, vestia um vestido branco meio azulado de tecido seda… enfim, tudo aquilo parecia um filme, até que ela chega perto de mim, e pede-me que me levante. Levanto-me e fico a olhar-lhe…fiquei sem reacção, e ela nada mais me disse. Ficamos leves de todos os horrores que tínhamos passado. Eu estava tímido, pois além de não a conhecer, estava a partilhar algo com alguém mesmo sem nenhum de nós falar. Passado um bom bocado, ela chegasse perto do meu ouvido e eu dou um passo para trás. Fiquei com um certo receio. Mas mal eu dei o passo para trás ela agarra-me no braço. Parei de repente, sem fazer mais nenhum movimento, fiquei perplexo…completamente paralisado. Ela diz-me que tenha calma, e que não me iria fazer mal. Suavemente larga o meu braço e faz-me uma festa na cara, dizendo:

“Somos iguais e vivemos da mesma maneira, ambos falamos e desabafamos com as árvores que nos rodeiam…ambos vivemos no meio deste nevoeiro. Ambos precisamos de alguém, achas que posso passar a fazer-te companhia?”

Eu fico sem saber o que dizer, sinceramente, caiu-me uma lágrima no olho, que de repente congela na minha cara… respondo-lhe de imediato:

“Penso que seria bom enfrentar todo este frio contigo e com elas.”


Esboçando um enorme sorriso que mal consegui evitar…demos um abraço e aquecemo-nos um ao outro naquele dia de chuva e trovoada.
Obrigado e assinem sempre que comentarem por favor. *

9 comentários:

  1. Fogo moh pute, está lindo...
    Descreveste muito bem as coisas, até pareceu-me que estav alá a assitir, como se fosse um fantasma... Muito bom texto, porra, mais uma vez!
    E ainda acredito que um dia frio, chuvoso, cinzento e lindo, daqui ha alguns aninhos, vou estar na minha cama, rodeada do silencio, com o meu cao em cima da minha cama, a ler um dos teus livros, e apesar de estar só, não me vou sentir como tal.

    beijinhos,
    Alina

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  2. Está perfeito, Qiqinho! *o*

    A última frase faz-me lembrar uma pessoa ._.
    Fez-me sorrir por um bocado :')

    Neste texto, fizeste-me sentir que estava lá presente, porque é como me sinto a maior parte das vezes, sozinha. :(

    Continuaa x3 *

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  3. Adorei seu blog e identifiquei-me muito com sua postagem. Esta de parabéns.. é muito belo as coisas que escreve.
    Apesar de não conseguir expressar-me tão bem, também amo escrever. Estou mudando meus objetivos e meu blog esta uma confusão total.. mas no futuro quando arruma-lo se possivel dê uma passadinha por lá. ;)

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  4. UM APARTE : em ves de meteres : olhar-lhe , mete olha-la . fica melhor.


    achei o texto bastante bonito chicão.
    eu gosto muito de ti, só tenho pena de não estarmos mais como estavamos antes.
    beijinhos tonto , continua a escrever

    mia .

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  5. Gostei, escreves bem, sabes disso. (:
    Ah, já agora, gostei do pormenor dos detalhes, e adorei a fotografia. ^^
    Beijinhos.

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  6. Está tão lindoo (a) , eu derreto-me com os textos, a sério !
    E a música a acompanhar, Opa está perfeito !

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  7. Está fantástico. *o*
    Beijinhos.*

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