Bem Vindo!

Bem Vindo!

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Tears


Mais um dia de escola, em que me isolava de tudo e todos. Entrava na aula, não falava, escrevia os apontamentos e mal participava. Saia da aula, com uma cara desanimada, todos iam ao bar da escola comer uma merenda ou um bolo…perguntavam-me se ia com eles, e eu dizia que não, porque ia ter com uns amigos, quando me ia sentar num canto daquela escola, onde ninguém me chatearia. Lá me sentava, e punha os fones nos ouvidos…punha a tocar aquela música que tu sabias que eu gostava bastante, e cantava-a. Ali relaxava e pensava nos meses que tinham passado, no tempo todo que tinha passado por mim, e falava para mim:

“Estou no degredo…aos poucos vou caindo no meu buraco, como sempre fiz.”

Espetava um murro na parede, com uma força incrível. Reflectia na minha vida, e começa a chorar. Chorava porque sempre tive uma boa vida, e sempre tive uma família, amigos e comida na mesa todas as noites, chorava porque tinha uma cama onde dormir, e chorava por chorar pelo amor. Via sem-abrigos na rua, mas mal via uma lágrima na cara deles, eles sim, não tinham uma cama onde dormir, nem jantar todos os dias, mas apesar disso, não choravam, e eu chorava por amor. Passava por eles e deixava uma moeda nas suas mãos calejadas, pedia-lhes que tivessem força para mais um dia de chuva. Ele olhava para mim e dizia:

“Obrigado senhor.”

Quando me diz aquilo, vejo uma lágrima a cair-lhe no rosto enrugado, com suas mãos tremendo. Vejo a dor que ele levava nos seus olhos carregados e via migalhas de pão no seu casaco. Desde esse dia percebi, que todos choramos, seja pelo o que for.
Aquelas pessoas, que eu considero verdadeiros senhores, transportam mágoa e raiva nas suas lágrimas.
Talvez tenham mais razões para chorar do que nós, que temos muitas coisas em nosso redor. Mas pronto, todos os dias, era assim na escola… a tristeza que predominava a minha maneira de ser, via-se todos os dias, sem escapar a alguém. As minhas lágrimas que eu queria largar não saiam dos meus olhos, quando mais precisava de chorar. Precisava que as minhas lágrimas levassem para fora de mim a tristeza e raiva que sentia, mas não…cá ficavam a fazer-me pensar. Depois de mais uns quantos murros na parede, soltou-se uma lágrima de mim, e aí, começo a chorar sem fim. Tinha a mão negra, mas para alguma coisa serviu.

Queria levar-te comigo para o fim do mundo, mas não te conseguia alcançar…queria escavar o tesouro, mas nem uma pá tinha eu.
Olho para mim ao espelho e vejo que a minha baixa auto-estima cresceu.
Até um dia.


Foto minha,

Obrigado a quem comentar e apreciar. <3
(Se puderem assinar quando comentarem, agradeço. :'x )

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Lost in the city with you.



Eram aqueles olhos que me faziam flutuar sobre a harmonia que criava em mim próprio, era aquele olhar que me deixava completamente fora de mim, fora de tudo o que se podia imaginar. Só de olhar para eles, o meu sorriso rasgava completamente, e nem forças tinha para parar de sorrir. Mas, sorria mais quando aquele olhar, era meu só e só meu…. Sorria, chorava de alegria por ter aquilo, que para mim era único demais, os olhos dela eram as minhas duas jóias sem dúvida alguma. Os contornos, a cor, o brilho que era mais forte que tudo, tinha desaparecido de mim, porque perdi algo jamais recuperável. Que posso eu dizer do teu charme? O teu perfume que me guia até ti, a tua voz que se ouvia entre as ruas daquela cidade, o sorriso que se via a metros de distância e os olhos que brilhavam da ponta de uma avenida à outra. Nessas noites em que a cidade ficava deserta, lembro-me da avenida, que comprida era, e larga também, mas nessas noites nem um carro, nem sequer um táxi amarelo se via por ali. Relembro-me que andávamos na mesma direcção para nos abraçarmos e parecia que ficávamos no mesmo sítio. Tínhamos um sítio tão espaçoso e mal cabíamos ali os dois. Eu gritava para ti dizendo que te queria de volta, tu respondias dizendo que não iria dar, pelo menos naqueles tempos. Choravas, enquanto borravas a tua maquilhagem, reparei nos teus olhos ficarem tristes e o teu brilho desaparecer, e de repente, cais de joelhos sobre o chão e lamentas-te por tudo. Escorre-me uma lágrima pelo olho e mais outra, sensível como sou, começo a chorar. Queria agarrar-te e não conseguia, só pensava porque raio não saímos do mesmo sítio. Gritei bem alto e disse para não chorares, quando me calei, ouvi a minha voz entre todas aquelas ruas…estávamos em tal solidão, que não existia ninguém à nossa volta. Ouvia o teu choro como se fosse um filme de terror, ouvia-o longe e calmo, mas fazia confusão porque era o único barulho que eu ouvia ali. Tinha tanta mágoa… a chuva era intensa a trovoada também, estava uma das noites mais escuras de sempre, nem lua havia. Passado um pouco começo a esticar os braços para ver se tinha algo à minha frente, mas não tinha nada, por isso não percebia porque não andava dali. Com calma estiquei uma perna e outra, e com mais calma fui andando, até que cheguei a ti. Olhas-te para mim e sorris-te com toda a força que tinhas, vi os teus olhos brilharem de alegria! Baixei-me e aconcheguei-te a mim e fechei os olhos e ficamos ali, agarrados um ao outro. Quando voltei a abri-los estávamos no mesmo sitio, mas à nossa volta já existiam pessoas, carros e barulho. Apenas te viraste para mim e disseste:

“Agora já dá.”

E largas-te a expressão mais bonita da tua cara que alguma vez me podias ter mostrado.


terça-feira, 1 de setembro de 2009

Dream or Reality?


…e quando eu dou por mim a sonhar acordado? A sonhar com uma bela tarde de Primavera, sentado contigo num banco, olhando para ti, e olhando para a tua beleza. Dizendo-te as palavras mais bonitas que naquele momento conseguia arranjar, e oferecendo-te a rosa mais bonita que tinha visto naquele altar. Acariciando-te a cara, e sentindo a tua pele macia, sentindo a tua pele enrugar por esboçares um lindo sorriso, deixando escorrer uma lágrima por ali estar contigo no momento em que mais de ti preciso. A cor da rosa que te ofereci, era uma cor morta, desfalecida. Não ficaste triste por ela ser assim, reparei que a guardas-te ao pé de ti com carinho. Não sei o que esperavas que acontecesse naquele momento, apenas sei que te fiquei a olhar nos olhos, e reparei que brilhavam, reparei que depois de tudo, mostravam que estavam apaixonados, não hesitei, devagar encostei os meus lábios aos teus, fi-lo, porque não aguentei. Ambos agarramos na mão um do outro. Sentia a tua mão escorregadia, estavas nervosa e transpiravas, tal como eu. Talvez fora o beijo mais duradouro que alguma vez tinha dado, estávamos nervosos, reparei na tua forte e rápida respiração, interrompi, olhei para ti mais uma vez e disse – Tem calma. – e sorri, tu retribuis-te o sorriso, e beijaste-me. Mais uma vez interrompi, fiquei a olhar para ti e comecei a chorar. Tu perguntaste-me o que se passava, e eu simplesmente te perguntei…

“achas que podes fazer deste sonho, uma realidade?”

Fiquei a olhar para ti e tu para mim, até que tu te levantas e te vais embora.
Eu reparo que não há nada a fazer, levanto-me e volto à dura realidade que me rodeia, sem um beijo teu de despedida levar.

*