Bem Vindo!

Bem Vindo!

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Loveletter.



Hoje, escrevo-te neste papel. Ainda mal comecei e já tenho a mão a tremer, o teu sorriso dá-me algo, dá-me prazer, faz-me feliz, gostava de puder dizer, - não te tenho por um ‘triz’ – apesar de mal sentires algo por mim, penso eu. Olhar, olhar teu, faz-me procurar por ti todos os dias e todas as noites, todas as manhãs e todas as tardes. Olho para ti e imagino o meu coração no teu, digo-lhe suavemente – em chamas ardes. Mas subitamente, vejo o meu coração voltar para mim. Fugiu de ti, intimidou-se com a tua beleza, tão forte era a tua grandeza…deixavas-me paralisado. Nesses momentos eu era um crítico, questionava-me por tudo, criava uma entrevista comigo próprio em que nunca descobria um resultado


Trazias-me um certo interesse, parecia que crescia algo em mim que eu não queria que morresse. Aquele sentimento que predominava a minha cara deixava-me estranho, envergonhado. Deixei de me importar quando me chamavam safado, algo que não era. Estava a iniciar na minha vida uma nova Era. Pudera, nunca tinha tido uma relação positiva até ali, apenas me tinha magoado. Já tanto tinha demonstrado do que poderia fazer por alguém, que já não me admirava nada lutar apenas pelo além.


Será que valeu a pena lutar por ti? Ou foi apenas mais uma praga que alguém rogou por mim? Será que foi suficiente o que eu fiz? Tudo isto… nada te diz?


Nunca te via ao meu lado, estava perdido, em ti ou em nada? Esta..carta de amor, dá-te toda a dor que eu senti, e todos os caminhos que eu percorri, somente para te procurar porque eu só te sabia amar. Hoje sei mais que isso, para ti, sinto-me como um isco, sinto-me a flutuar nas ondas da maré olhando de baixo para cima, ou seja, olhando para ti. Chamando-te e tu ‘cagando-te’. Estava a afogar-me. Mais valia perguntares-me, – Podes perdoar-me? Desculpa-me. -, mas preferiste deixar que me fosse embora, e ainda esperas-te que eu disse-se que agora, já não queria. Mas tudo isso seria uma grande mentira, nem tudo o que eu penso gira. Há coisas que ficam paradas no tempo e outras que desaparecem com o vento. Tanta letra e palavra só para te demonstrar que nem tudo tem que acabar.


Valeu a pena? Desculpa se por ti fiquei muito tempo a chorar, mas a vida traz-nos outras vidas para amar.





domingo, 25 de outubro de 2009

Suicide.


Todos os gritos constantes, que arrepio era aquele? Cortava-me, batia-me, sangrava da cabeça de tanto bater com ela na parede. A minha mãe batia à porta e tentava abri-la, mas tinha trancado a porta, e sua chave, já tinha sido atirada pela janela. Não sei onde tinha a cabeça, mas cada vez mais me agredia, mais chorava, chorava sangue, arrancava cabelos. Mandava tudo à parede e partia tudo. Meu deus, precisava de libertar toda a raiva que se tinha acumulado em mim, chorava tanto que a minha mãe chorava do outro lado da porta. Pedia-me que parasse de destruir o que ela construiu… Eu. Eu pedia-lhe desculpas e dizia-lhe que fizesse a sua vida sem que se preocupasse comigo!
Liguei-te e tu perguntavas o que eu tinha, e eu disse-te que nunca mais me terias. Gritas-te para que eu parasse, mas eu disse-te que a adrenalina já me estava a tirar do normal. Sentia ainda mais que precisava de fazer algo completamente fora do normal, algo que acabaria comigo por completo. Maldita a hora em que me lembrei que vivia no 10º andar.

Virei-me para ti e disse-te:

- Tenho saudades de fazer o que fazia nos meus sonhos…tenho saudades de voar. –

Tu gritas comigo e pedes-me desculpa, mas já nenhuma daquelas palavras faziam sentido na minha vida. Pedi-te que fosses feliz e atirei o telemóvel pela janela, fiquei a olhar para ele enquanto voava e pensei em imita-lo. Corri para junto da porta onde do outro lado estava a minha mãe chorar depois de ouvir tudo aquilo, e disse-lhe baixinho…

- Obrigado por me quereres ajudar, mas todos nós merecemos um fim, ou melhor…todos nós temos um fim. Eu amo-te. –

Andei para a janela que me parecia uma moldura de uma foto, e via chuva e trovoada. Raios e trovões ouvia, cheguei bem perto dela e pensei nas pessoas que chegavam à loucura. Lembrei-me de dizer que essas pessoas não sabiam o que era ter amor à vida. De repente, vejo-me na pele delas, e pergunto, porque tudo aquilo nos dá tanta adrenalina? Subi ao parapeito da janela, e dei um passo pequeno à frente onde tinha uma pedra de mármore. Finalmente estava do outro lado da janela. Estava cansado de estar no mundo. Estava-me a sentir livre de tudo e todos. Só ouvia a minha mãe gritar por mim, comecei a chorar. Pensei no que estava a fazer, pensei que só os malucos cometiam o suicido. Enfim, de repente, vejo um grande relâmpago, e logo de seguida ouço um grande estrondo em cima de mim. Foi de tal maneira forte, que me assustei…desequilibrei-me, e finalmente lá ia eu. Estava a voar, e o meu coração estava a explodir! Custava-me respirar e só dava cambalhotas no ar, arrependi-me de ter subido aquela janela. Cada vez mais se aproximava o chão e os carros. Vejo um táxi amarelo aproximar-se da minha cara, de repente, sinto uma enorme dor e logo de seguida, apago-me. Vejo o meu espírito sair do meu corpo, e vejo uma multidão de gente aproximar-se do meu corpo, o tal táxi… estava despedaçado naquele momento. Imaginem eu, quando acordei e reparei que tudo aquilo não passava de um pesadelo.

Obrigado.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Enough!


Pensava eu… podia isto ser o céu como o inferno. Caminhávamos os dois! Pensava eu por momentos que isso era verdade…afinal, neste tempo todo, fui eu sozinho, sem a tua ajuda, e pergunto-te porquê, se mo conseguisses explicar, agradecia. Mas sinceramente já me estou a lixar para as tuas explicações! Caminhavá’mos’ com todos aqueles obstáculos, com todas aquelas caras feias, que diziam que a vida não valia a pena ser aproveitada, que o melhor, era mesmo deixarmos que o destino nos levasse ao degredo que é onde toda a gente chega mesmo sendo esforçada. Eu esforçava-me, por tudo, mas mais especificamente, esforçava-me por ti. Onde tinha eu a cabeça no dia em que ‘apanhei o primeiro voo’ para o sitio que para mim, era o verdadeiro céu? Apenas os meus olhos focavam a tua imagem, quando a própria se penetrava entre todas as minhas artérias e tendões, enquanto eu entrava em paralisia de tanto medo de ver essa imagem…à minha frente. Obrigado, mas não valeu a pena. Foi apenas mais uma medalha no meu coração de uma vida desfeita, foi apenas mais uma tentativa, que como sempre, corriam mal.

Enfim, nunca se esforcem por algo, e vão ver o que vão ter na vida. Vão ver que vão fazer ASSIM só porque vos apetece e vão ver que o RESPEITO é uma arma muito boa, acima de tudo… Vão perder…abrir os olhos, sentir essa perda no vosso coração e vão reflectir que o – “ ah e tal..” - o ‘Ah e tal’ não resultou. Vão correr atrás e implorar, mas de certo que vão ouvir dizer que tudo na vida tem um limite, e o limite chegou.

Chegou de ser desprezado por algo que há muito havia falhado
Chega mesmo de esgotar as reservas já esgotadas em mim.


Se tens preguiça de me apoiar, Basta de continuar isto sozinho.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Dead Memories



Pegava eu na folha em que o branco predominava. Nem um risco tinha, ou seja, perfeita para me deixar começar a descrever-te começando por meros traços e formas. Formas ovais, redondas, rectas, muitas…fazia aquele esboço em que já me parecia uma cara. Começo a contornar esses traços, carregando com o lápis de tanto medo ter de me enganar. Estava chateado e chorava enquanto as lágrimas facilmente me borravam o desenho, mas eu limpava. Muitos traços e contornos já estavam ali expostos, e… começavas-me a parecer tu. Perguntava eu para mim…

- Mesmo depois deste tempo todo sem te ver, como me relembro eu da tua cara? Será porque realmente és linda na minha cabeça? -

Enquanto estava a utilizar a Arte, para te voltar a ver. Pois o reencontro era impossível, mas não queria pensar muito nisso. Criei duas formas ovais naquele rosto pálido da folha, e trabalhei-as. Pouco a pouco, estava a olhar para ti de novo, mas fui obrigado a por um certo brilho neles, pois só de me lembrar de tudo aquilo, ficava triste, e sei que tu também. Ambos estávamos de lágrima no olho naquele momento. Criei dois traços por cima dos teus olhos já concluídos, e desenhei cuidadosamente casa risco das tuas sombracelhas, que suaves eram, brilhantes e perfeitas para os teus olhos. Lembrei-me de um pequeno pormenor, que era a tua linda expressão que se via ao sorrires. Então ao lado dos teus olhos desenhei uns traços muito levemente que me mostravam que sorrias naquele momento. Tinha medo de continuar a desenha-lo, pois tinha medo de ficar imperfeito o que eu queria que ficasse perfeito. Enfim, tracei o teu nariz e lábios. Contornei o teu nariz e finalmente, contornei muito cuidadosamente os teus lábios, quentes e irresistíveis, perfeitos e impossivelmente possíveis de de novo tocar. Todos aqueles traços, me mostravam que estavas ali comigo, mas para mim, já bastava de te desenhar.

Se o teu destino foi a morte, nem valia a pena dar vida aquele desenho, quando ele também ficaria morto.
Foto minha, e sempre que comentarem assinem por favor.
Obrigado ('

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Cold days .



No dia de trovoada, em que a chuva começava a chegar, em que no ar nada se via voar… as despidas arvores que ouviam o trovejar, pareciam de desgosto chorar. Pediam a minha companhia e o meu abraço, sorriam quando me viam e ficavam tristes quando partia. Contava-lhes histórias passadas e sonhos futuros, em que o mundo seria nosso, e em que a felicidade fizesse parte de mim, e delas também. Dizia-lhes também que não se preocupassem com o frio, pois daqui a uns meses teriam de novo as suas lindas folhas verdes e flores, enquanto eu, continuaria na solidão em que me via naquela altura, apesar de estar habituado a ela, já me era indiferente, pois aquelas árvores eram metade de mim, abrigavam-me e falavam comigo, como se não houvesse amanhã. Eu adorava aquele sítio. Era extremamente calmo e nu. Era tão plano que não se avistava nem um relevo a centenas de metros, era tão nu, que tinha apenas aquelas árvores e uma pedra onde eu me sentava. À nossa volta, apenas havia terra e neblina, que impossibilitava-me de ver fosse o que fosse. Adorava sentar-me ali e sentir o fresco vento bater na minha cara, e adorava ouvir o vento passar por entre os ramos daquelas árvores, que pareciam fazer zumbidos. Entre todos aqueles barulhos, sons, toques, ouviam-se palavras de um ser que eu mal via, pois com toda aquela neblina, era impossível ver algo. Sabia que era uma rapariga, pois aquela suave voz não enganava ninguém…ficava maravilhado a ouvi-la, ouvia a melodia que ela construía com a sua voz e as bonitas palavras que exprimia. Era estranho para mim, pois sentia que não estava só naquele momento…sentia que apesar daquelas árvores, havia mais alguém. Pela primeira vez, senti alguém igual a mim, perto de mim. O mais estranho, foi que já não era a primeira vez que tinha sentido a presença de alguém ali, mas nunca me tinha importado muito com isso… enfim, vejo que alguém se aproxima de mim, enquanto canta. Voz linda aquela, tão forte e suave, tocava-me nos ouvidos, era tão impressionante que me fazia impressão. Eu continuei sentado, a olhar para aqueles olhos azuis que brilhavam no nevoeiro profundo. O cabelo dela era preto e grande, vestia um vestido branco meio azulado de tecido seda… enfim, tudo aquilo parecia um filme, até que ela chega perto de mim, e pede-me que me levante. Levanto-me e fico a olhar-lhe…fiquei sem reacção, e ela nada mais me disse. Ficamos leves de todos os horrores que tínhamos passado. Eu estava tímido, pois além de não a conhecer, estava a partilhar algo com alguém mesmo sem nenhum de nós falar. Passado um bom bocado, ela chegasse perto do meu ouvido e eu dou um passo para trás. Fiquei com um certo receio. Mas mal eu dei o passo para trás ela agarra-me no braço. Parei de repente, sem fazer mais nenhum movimento, fiquei perplexo…completamente paralisado. Ela diz-me que tenha calma, e que não me iria fazer mal. Suavemente larga o meu braço e faz-me uma festa na cara, dizendo:

“Somos iguais e vivemos da mesma maneira, ambos falamos e desabafamos com as árvores que nos rodeiam…ambos vivemos no meio deste nevoeiro. Ambos precisamos de alguém, achas que posso passar a fazer-te companhia?”

Eu fico sem saber o que dizer, sinceramente, caiu-me uma lágrima no olho, que de repente congela na minha cara… respondo-lhe de imediato:

“Penso que seria bom enfrentar todo este frio contigo e com elas.”


Esboçando um enorme sorriso que mal consegui evitar…demos um abraço e aquecemo-nos um ao outro naquele dia de chuva e trovoada.
Obrigado e assinem sempre que comentarem por favor. *