Bem Vindo!

Bem Vindo!

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Dreams and nightmares, wishes and real life.

Nas redondezas do meu olhar eu observava ódio, tristeza, rancor, terror, nas redondezas do teu olhar eu via infidelidade, falsidade, mentira e destruição.


Era mais um dia, estava feliz pois ia estar contigo, ansiava por este dia pois precisava de ti por vezes, apetecia-me ler os teus lábios, saborear as tuas palavras, queria ouvir-te dizer que me queres sem ter que te pedir, queria que precisasses de mim a cada segundo. Rapidamente cheguei perto de ti, do fundo da rua, mirei-te, sorri, vi-te sorrir também, meus olhos brilhavam, apesar de fazerem meros dias sem te ver, morria de saudades por ti. Aprecei o passo cada vez mais, o meu coração caminhava mais rápido que os meus passos, estavas ali, corpo e alma.
Mais quatro, mais três, dois, um - pensava eu - Zero!
Abracei-te como se não te visse à anos, beijei teu rosto, preguei os meus lábios de tal maneira, que mais parecia uma lapa. Olhei-te, agradeci-te – Obrigado por teres vindo, mesmo! – Tu sorriste, e respondeste – se custasse, não tinha vindo – e ambos nos rimos, enquanto os meus braços enrolavam se por trás do teu pescoço e os teus no meu.
Olhei-te mil e uma vezes, ficamos um bom tempo abraçados, o meu coração continuava como antes, acelerado, e disse – Se eu fosse uma planta e tu o Sol, provavelmente eu estaria morto, pois sem sol eu não faria fotossíntese, e nem sempre estou contigo, não achas? – Tu desataste a rir e coras-te… - és muito tolo, mas sim tens toda a razão! Mas porquê isso..? – Eu pensei para mim mesmo – foi a coisa mais idiota que disse a alguém na minha vida – enquanto estava ansioso… Eu olhei fixamente para os teus olhos, e disse – não sei... –  
Chego bem perto do teu rosto, dou-te o beijo que desejava dar-te…dura continuamente, enquanto damos as mãos e entrelaçamo-las umas nas outras, apertando com mais e mais força…

De repente, desfazes-te em pó nos meus braços, o vento leva-te para longe, o céu está avermelhado. Apareces à minha volta, por todos os lados como se houvessem ali espelhos, humilhas-me perante a natureza, fazes de mim lixo, gritas comigo, gozas comigo, ao mesmo tempo eu choro! Eu grito! Eu suplico-te que pares! – Volta por favor! –

Com uma força incrível, inspiro e acordo com uma dor horrível no peito, rapidamente sentei me na cama, senti tanto medo que nem sequer me levantei para acender a luz. Sentia a minhas mãos húmidas, não sabia o que era, apenas sabia que era algo viscoso, de um momento para o outro grito constantemente, a luz do meu quarto acende-se, eu vejo as minhas mãos cheias de sangue, de tal maneira gritava que acabara por rasgar as minhas cordas vocais, mais sangue caía sobre os lençóis desta vez, pela minha boca, repentinamente, vejo um vulto aproximar-se, peço perdão por alguma coisa, estava a morrer naquele momento, cada vez mais gritava, cada vez mais sangrava, tinha flashbacks de algo que não sabia distinguir, via multidão à minha volta, ou via um vulto apenas, tudo se trocava, via laminas e ouvia estrondos, via sangue, via medo, via terror, via morte, via feridos, via desgraça, mais uma vez, acordo ouvindo uma maquina fazendo um “Piiii” constante, parecia nunca mais acabar, não via nada, apenas sombras, parecia durar para sempre aquele momento, até que sinto fortes correntes eléctricas entrarem pelo meu corpo.

- UMA….Não está a ceder! DUAS!  *Enquanto se ouvia um ruído aterrador* TRÊS, Não cede! Seringa por favor! *constantes berros eu ouvia, ouvia alguém a falar, baralhava-me constantemente, de repente, sinto uma picada no braço direito* Vou dar a quarta, *de novo um barulho aterrador* – O “piii” que ouvira constantemente, estava agora salteado. – Sobreviveu! – Ouvia eu…

Abro os olhos, vejo quatro médicos em meu redor, um deles levanta as minhas pálpebras e aponta uma luz, abre-me a boca e tira-me o algodão que lá tinha, percebi rapidamente que tinha tido um ataque de epilepsia, mas não percebia o porque de ali estar. Enquanto os médicos me inspeccionavam, eu comecei a contar o que tinha sonhado, apesar de tudo, falava direito...expliquei tudo o que aconteceu, falei de pensar que tinha acordado e afinal estava dentro de outro sonho em que eu estava banhado em sangue, falei do sonho com ela, e pedi chorando, para ver alguém meu conhecido. Ele pede-me que me acalme e explica-me o sucedido, explicou-me o porque de eu estar no hospital, eu estava lá devido a uma rixa de rua, onde três amigos meus tinham morrido e outros ficaram seriamente feridos, tal como eu. Segundo o medico eu estava internado a três semanas, em coma. Em três semanas foi a primeira vez que abri os olhos, falei e ouvi. Todos os flashbacks que eu tive no sonho eram a razão de eu ali estar. Quanto a ela, foi apenas um ser inexistente que entrou na minha mente, ela não existia. Fiquei triste, e confuso porque nenhum dos meus sonhos tinha tido sentido, nada se ligava.
Apesar disso, até hoje penso nela, e o porquê de ela ter aparecido, será um amor inexistente que eu sinto? Como foi possível dar tanta importância a alguém que nunca existiu? A vida não passa de um sonho e de um pesadelo, onde neles, entram pessoas, e acontecem coisas. Na vida real, o Planeta Terra é uma cabeça, o que se passa dentro dele é um sonho/pesadelo e todos nós somos apenas alguém como ela, ninguém se conhece verdadeiramente no Mundo. Todos nós somos almas penadas, sem saber por onde andar…


Obrigado e peço desculpa por erros que possam encontram aqui no texto, não estou com paciência para corrigi-los, peço desculpa mais uma vez, obrigado, Francisco Patrício. *

5 comentários:

  1. Não existem amores inexistentes, quando se ama é real; é preciso apenas que se acredite.
    Amei o texto.

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  2. Sabes que mais, raramente comento os teus textos porque fico abismada com a profundidade do que escreves que tenho medo de dizer o que quer que seja, tenho medo de me humilhar, parece ridículo não?

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  3. Se é a minha opinião porque escondê-la? :)

    (desculpa não consigo comentar no teu texto novo)

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