Bem Vindo!

Bem Vindo!

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Suicide letter or...Love letter? ♥

“O mar estava eufórico, o vento era muito, os pássaros mal voavam, nuvens cinzentas e carregadas aproximavam-se da costa. Eu estava ali, numa falésia, sentado. Olhava para o Horizonte, e “não via” nada. Apenas via o mar, continuamente, nem sequer via “uma” América, nenhum pedaço de terra. Era estranho olhar para o Horizonte e não ver nada, sem ser Água e céu. Eu tinha ali um pequeno bloco e uma caneta. Aquele bloco estava branco, completamente vazio, e eu sei o porquê disso. Andava sempre a citar o que sentia nos blocos, até que arranjei outro de tão cheio que um deles ficou. Visto que já o tinha à uns dias, ele deva estar escrito, mas não, estava vazio porque dentro de mim, nada existia. Vazio, estava eu, sem memórias, sem recordações, escrever alguma coisa, era impossível naquele momento. Essa era a razão de ele estar vazio. Ao longo das horas passarem, ficava mais escuro, mas eu sentia-me bem, ouvindo o mar bater nas rochas a 20 metros abaixo de mim, sentia-me bem quando ouvia as pedras caírem quando eu mexia uma mão do chão e só passado uns segundos ouvi-las baterem nas rochas, sentia-me bem ao estar a um passo da morte, não por querer morrer, mas sim por me sentir completamente livre, de sentir adrenalina. Estar ali, era mesmo como estar livre, era ouvir o vento passar pelos buracos da falésia, fazendo aquele assobio que por vezes ele faz, era sentir o fresco esbarrar contra o meu rosto, era sentir o dia a cair e a noite a subir, estar ali, era tudo…menos estar contigo.

Neste momento de mim, só tens esta carta. Trata-se de o Amor que por ti senti-a e sempre sentirei. Diante este Horizonte pensei muito, sentado nesta falésia escrevi tudo. Escrevi as últimas gramas de Vida que em mim tinha, escrevi até não poder mais. Escrevi no Passado para puderes sentir o que eu senti naqueles momentos, para perceberes o que eu percebi, até te pedia que lesses esta carta sentada no mesmo sítio onde eu me sentei, mas agora já a leste. Sabes…deixei-me levar pela força da Natureza como me deixei levar por Ti, deixei-me cair da Falésia como me deixei cair por Ti, ambas as situações foram tão básicas e rápidas. Apenas aconteceram em vão...Foi em vão ter-te comigo, foi em vão perder-te e foi em vão cair lá para cima.
Não guardes esta carta como uma Carta de Suicídio, mas sim, como uma Carta de Amor.

Com muito Amor, de Quem te Ama.




"cair lá para para cima" - Morrer e ir para o 'céu'.

4 comentários:

  1. =') realmente sentido

    ResponderEliminar
  2. Mi querido Francisco, sumamente poética la carta.
    Solamente espero que sea fruto de tu bella inteligencia y tu ardoroso corazón lleno de amor de juventud. Pero jamás tomes decisiones extremas porque el amor es algo que se transforma y oscila entre estar presente o esconderse por algún tiempo.
    Besitos
    abu mimita

    ResponderEliminar
  3. Como sempre, desde que te sigo, AMEI francisco (:

    ResponderEliminar
  4. Por vezes gostava de poder entrar nos teus pensamentos, para conseguir identificar o que é realmente sentido ou vivido, e o que é apenas ficção, inspiração de momento.
    Admiro a forma como te expressas, a fluidez de cada frase. Toca-me cada palavra a cada texto teu, de tal modo, que fico sempre a aguardar a publicação do próximo, apesar de normalmente não comentar, mas tu sabes que sim. Nunca deixes de o fazer.
    Amo-te como só uma mãe sabe. Beijinhos São.

    ResponderEliminar