Hoje, escrevo-te neste papel. Ainda mal comecei e já tenho a mão a tremer, o teu sorriso dá-me algo, dá-me prazer, faz-me feliz, gostava de puder dizer, - não te tenho por um ‘triz’ – apesar de mal sentires algo por mim, penso eu. Olhar, olhar teu, faz-me procurar por ti todos os dias e todas as noites, todas as manhãs e todas as tardes. Olho para ti e imagino o meu coração no teu, digo-lhe suavemente – em chamas ardes. – Mas subitamente, vejo o meu coração voltar para mim. Fugiu de ti, intimidou-se com a tua beleza, tão forte era a tua grandeza…deixavas-me paralisado. Nesses momentos eu era um crítico, questionava-me por tudo, criava uma entrevista comigo próprio em que nunca descobria um resultado
Trazias-me um certo interesse, parecia que crescia algo em mim que eu não queria que morresse. Aquele sentimento que predominava a minha cara deixava-me estranho, envergonhado. Deixei de me importar quando me chamavam safado, algo que não era. Estava a iniciar na minha vida uma nova Era. Pudera, nunca tinha tido uma relação positiva até ali, apenas me tinha magoado. Já tanto tinha demonstrado do que poderia fazer por alguém, que já não me admirava nada lutar apenas pelo além.
Será que valeu a pena lutar por ti? Ou foi apenas mais uma praga que alguém rogou por mim? Será que foi suficiente o que eu fiz? Tudo isto… nada te diz?
Nunca te via ao meu lado, estava perdido, em ti ou em nada? Esta..carta de amor, dá-te toda a dor que eu senti, e todos os caminhos que eu percorri, somente para te procurar porque eu só te sabia amar. Hoje sei mais que isso, para ti, sinto-me como um isco, sinto-me a flutuar nas ondas da maré olhando de baixo para cima, ou seja, olhando para ti. Chamando-te e tu ‘cagando-te’. Estava a afogar-me. Mais valia perguntares-me, – Podes perdoar-me? Desculpa-me. -, mas preferiste deixar que me fosse embora, e ainda esperas-te que eu disse-se que agora, já não queria. Mas tudo isso seria uma grande mentira, nem tudo o que eu penso gira. Há coisas que ficam paradas no tempo e outras que desaparecem com o vento. Tanta letra e palavra só para te demonstrar que nem tudo tem que acabar.
Valeu a pena? Desculpa se por ti fiquei muito tempo a chorar, mas a vida traz-nos outras vidas para amar.